Arte de Bem Morrer
Arte de Bem Morrer
Não carece de apresentação quem escreve mais de meia centena de livros em Portugal e no estrangeiro; quem é representado em mais de 160 antologias e traduzido em mais de vinte línguas; quem é detentor de inúmeros prémios nacionais e internacionais; quem verseja Um fragmento, apenas um fragmento / de um livro que não posso ler de novo – / em que tudo se parece com o fogo enamorado / que resvala em rio por todas as matérias / do discurso da vida – / esse que se instala em bocas e crateras – / esse que se perpetua na voz indecifrada – / do coração. Um fragmento sou... É um excerto deste livro prenhe de palavras “artisticamente vivas”, ricas de sentido, fortes, intensas e ao mesmo tempo tão leves, tão naturais, que se lêem como a água cai do cimo da rocha para o rio e, depois da agitação da queda, pouco a pouco se acalma. E cá estamos: sempre as “Quedas”, no poema de Casimiro de Brito – de que este é o segundo volume – “em que trabalharei no resto dos meus dias” – confidencia.